segunda-feira, 9 de novembro de 2009




CAMINHANDO JUNTO AO FERIDO
por Ingrid Lawrenz, MSW
            Recentemente, nossa igreja foi abalada por duas mortes prematuras, ambas por câncer. Uma delas foi a de um jovem pai de três, e a outra a de uma jovem mãe de três. A dor era real, quando família, amigos e pastores choravam abertamente em cada funeral. Mas os dois crentes terminaram bem. Seu tempo na terra foi gasto em fé inabalável. Eles foram visivelmente abençoados pelos irmãos que os cercaram de amor. Eles morreram embalados pelos braços de seus amados. Por dias, enquanto um cristão está morrendo, o véu entre esta vida e a próxima é tão fino que o moribundo pode sentir a presença e paz do Deus Onipotente. Por fim Jesus vem e toma suas mãos, atraindo a pessoa para Si.
            A elaboração do luto é um esforço árduo. Quando é bem vivido, o dom da graça de Deus é experimentado em abundância. Vivenciar o luto não demonstra falta de fé; mostra, pelo contrário, a profundidade do amor. Jesus chorou por causa de Lázaro. Líderes de igreja precisam ser modelos nisso, dispondo-se a entregar seus corações, e não só suas mentes, às suas congregações. Muitos líderes cristãos erradamente suprimem suas emoções com a intenção de parecer fortes espiritualmente. Será que eles não estão mostrando, isso sim, falta de fé por não confiarem que Cristo os susterá firmemente no momento em que a dor e a ira profunda vierem à tona?
            Na verdade há pessoas que evitam vínculos amorosos e relacionamentos mais profundos por medo de serem feridos ao entregar seu amor a alguém. Mas a Bíblia diz que o perfeito amor lança fora todo o medo (I Jo. 4.18). Alguém pode achar que provavelmente não suportaria passar pelo sofrimento que vê outros passarem. No entanto, até o momento em que Deus te pedir para passar pelo vale da sombra, você não possui a graça que Ele derrama sobre aqueles que já estão lá.
            C. S. Lewis, em seu livro Os Quatro Amores, descreve pessoas têm tanto medo de serem feridas pelo amor que preferem uma vida de solidão. Ele diz que é verdade que se você der seu coração ao que quer que seja neste mundo, você se ferirá, porque morte, doença e separação são realidades próprias deste mundo. Portanto o único lugar para onde você poderia fugir para não ser ferido pelo amor é o Inferno, porque no Inferno não existe amor.
            Elaborar o luto é como ajuntar pedras espalhadas em uma pilha, semelhante ao que os israelitas faziam quando levantavam uma torre ou montão de pedras em memorial. Cada oração, cada lágrima derramada, cada anotação no diário, cada abraço, cada momento de raiva processada é uma pedra. Cada pedra nos leva mais perto da aceitação e resolução. Se você não lida com suas emoções, seu corpo chorará por você. Doenças causadas por estresse surgirão. Lágrimas são como um banho que limpa a alma. Elas curam.
            Eclesiastes 7.2 diz-nos que é melhor ir a um funeral do que a uma festa. Eu acho que é porque a agonia profunda da alma nos faz reconhecer que nós não passamos de flores fugazes. O amor de Deus e Jesus Cristo são realidades absolutas. O véu entre este mundo e o próximo se torna mais transparente em um funeral.
            Enfrentar abertamente a própria morte é o último passo para abrir mão de nosso narcisismo. Todd Beamer compreendeu isso quando ele voluntariamente entregou sua vida em favor de outros no malfadado avião em 11/09/01. Quando você for capaz de dizer: “para mim o viver é Cristo e o morrer é ganho”, é porque a sua vida está tão mergulhada na vida de Cristo que não existe mais aquela proteção narcisista segurando as pontas. Quando se leva a vida de mãos abertas, todos os relacionamentos são vistos à luz da eternidade e os bens materiais são mantidos sem apego, com uma disposição de renúncia. Vivendo assim é que se encontra paz e liberdade verdadeiras. É por esta razão que a jovem mãe que morreu recentemente pôde dizer em seu testemunho que os dois últimos anos de sua vida foram os melhores, e que ela não gostaria de voltar a viver do modo como vivia antes disso. Ela recebeu amor dos outros abundantemente. As prioridades foram colocadas em seus lugares e a paz sustentadora de Deus tornou-se tangível.
            Nós precisamos construir comunidade, comunhão, família e amizades em nossas igrejas enquanto estamos bem. O corpo de Cristo precisa se fortalecer para poder sustentar seus membros quando estão sofrendo. Se toda vulnerabilidade, autenticidade e emoções são evitadas, o corpo se enfraquecerá. As pessoas irão sofrer e passar pelo luto sozinhas quando tragédias as atingirem. Que razão melhor há para se promover a comunhão nos grupos pequenos, apoio aos enlutados e outros tipos de ministério para equipar melhor o corpo de Cristo a fim de amar e cuidar dos feridos e enlutados?
            Deus nos fez para precisarmos uns dos outros. Eu creio que a Igreja precisa construir uma ponte entre as necessidades dos indivíduos e suas necessidades relacionais. Quando chegar o tempo de eu morrer, quero ser sustentada e cercada por pessoas amadas. Você não espera o mesmo?
Ingrid Lawrenz é a esposa do pastor principal da Igreja Elmbrook em Brookfield, Wisconsin. Ingrid trabalha no serviço social clínico na New Life Resources, um ambulatório cristão de saúde mental. Ela e seu marido Mel têm dois filhos.
Tradução de Eliane Ester de Souza


sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Tarde de encontro- 02/12/2009























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